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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Aguardando...

Certamente foi pelos teus olhos que me permiti cativar.
Ou talvez tenha sido pela tua maneira única e inevitável.
Mas estou assim: a pensar em ti.
A olhar para ti e, percebo seu sorriso envolvente.
Mas é claro que temos apreensões.
As coisas acontecem, simplesmente.
Às vezes muito rápido. De repente morosamente.
Isso não importa:
Simplesmente sucedem-se as consequências.
Acho que prefiro esperar as que nos impliquem!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Os sons lá de fora.

Permita que eu saia pelas ruas, tão somente envolvido por um fino pano.
Ouvindo o som ao redor do mundo.
Sentindo cada oscilação, vibrando!
E que eu conheça os rotulados como escória,
mas que os conheça além do que aparentam.
Apenas deixe...
E talvez eu jamais volte.
E talvez não mais eu escute o silêncio.
Pois lá fora há uma infinidade de sons,
escuros, sombrios, obtusos: a descobrirmos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Como?

Como eu poderia, deixar de tentar compreender o horizonte?
Recusar o perfume das rosas,
Outorgar ordem ao imprudente,
Ou, simplesmente ignorar o insurgente?
Jamais soube. Também pudera, não quis saber.
Não me furtarei ao direito de ter, cá junto ao peito,
a vontade de ver a vida, de fazer a vida,
de construir suas penetrações!
E transpassado pelo vento forte, sindo chegado o momento.
Doem os nervos.
Corroem os intentos.
E apenas a maresia consolida a sensação.
Tomarei as letras em meu bolso, para comprar as palavras!
Farei das palavras minha ponte, meu porto, meu segredo constante!
E nelas edificarei as intenções de amante!

Apenas

Ainda posso sentir, o ruído de sua respiração.
Ouço aquela lágrima debruçar-se por sobre meu ombro.
Tudo tem o doce semblante do final de uma história.
Mas também constam-lhe os azedos e dissabores de um novo princípio.
Leia as páginas de vossa história: insista!
Te adeques à estilística do destino.
Perdas sempre tem gosto de fruta passada, mas em seu fel chegam os recomeços!
Vós que sentis a dor, também perceberão o amor, quando este surgir no horizonte.
Não me prolongarei.
Não sei o que dizer.
Apenas digo.
Apenas insisto.
Apenas.
E simplesmente apenas, termino estas palavras...
Apenas...

Palavras de paixão

Permita-me olhar fundo em teus olhos.
Penetrar vossa carne e firmar morada em teu coração.
Conceda-me a oportunidade de sugar vosso ar.
Alimentar vossas esperanças.
Acreditar que o mundo realmente não tem importância.
Apenas te aquiete, não resista!
Deixai que eu te mostrarei o caminho.
Pedi e te darei o meu melhor: com borda de chocolate!
Diga, que ouvirei atenciosamente.
Entenda que não sou este saco de pelo e osso,
mas uma alma translúcida de paixão.
E assim seremos, tal qual em conto de fadas,
felizes até um novo recomeço!

domingo, 10 de outubro de 2010

Encontros e Procura

Não procuro, pois temo encontrar.
Eu encontro, ainda que temendo procurar.
Acasos e descasos da vida longa!
Como eternos que somos, não será neste templo que encontraremos todas as respostas.
Antes assim, afinal!

Deixemos a chuva lavar nosso caminho.
Abrigarei-me sob a tenda a me esconder das gotículas finas e gélidas.

Dialética entre Paz e Posse

A paz não é uma conquista, mas tão somente uma condição.
E não será com guerras que ela será alcançada.
Tais procedimentos tão somente a distanciam, cada vez mais.
Tampouco será com ilusões contraditórias.
A paz deixa um rastro luminoso por onde passa.
Faz morada onde é aceita.
A paz é aquela luz intensa, cuja voracidade pode cegar-nos.
E esta luz não pode, nem de longe, ser reproduzida por uma granada em explosão.
A paz pode ser mantida, mas jamais pode ser possuída.
É íntimo do homem tentar possuir as coisas.
Mas nada pode ser possuído de verdade.
As posses falsas, tais como são, são transitórias.
A única posse que deveras temos é a de nossa consciência.
E esta, tenho certeza, jamais poderemos entregar a outrem.

sábado, 9 de outubro de 2010

Falhei

Talvez um dia eu já tenha feito.
Mas talvez jamais o tenha sinceramente.
Mas sinto vontade de dizer, loucamente, o quando eu falhei.
Falhei como filho.
Falhei como irmão.
Falhei como cidadão.
E se estes versos que escrevo, talvez em tom de diálogo, não te oprimirem.
Ou, se por hora o excesso de repetição não te incomodar.
Direi.
Mesmo que não queiras ler.
Falhei, simplesmente porque tive a prepotência de querer acertar.
Quando na verdade não há acertos.
Existem sim erros, e estes são muitos:
Todos criados por tentativas frustradas de acertar, quando o acerto não existe.
A vida é um rio, cuja correnteza nos leva a lugar algum.
Mas cujo trajeto nos leva a todos os lugares.
Por isso sei que falhei, pois esperei a chegada.
E não a encontrei.
Prossegui, porém continuei sem encontrá-la.
E então tive a frustração.
E sofri, por algo que eu mesmo criei.
Esperei, por expectativas que eu mesmo nutri.
Mas se eu mesmo errei, também eu posso corrigir.
Falhei, mas agora poderei não mais falhar.
Não poderei voltar ao principio.
Acho que o Chico nos advertiu disso há algum tempo.
Mas poderei recomeçar!

Sejamos

Uma vez mais, componha a grande música.
Faleis da vida. Faleis dos sonhos. Faleis da sutil diferença entre ser e ter.
Faleis em tom de melodia.
Escreva-me uma nova carta e, certamente a lerei dias a fio.
E a cada linha, uma nova lágrima se desprenderá do coração.
Seja sincero.
Seja intenso.
Seja influente.
Seja inconsequente.
Seja o preenchimento do vazio humano.
SEJA.
E seremos todos, juntamente de ti!

Envelhecimento

Deixai que eu sinta o vento em meus cabelos, pois certamente eles cairão.
Deixai que os pêlos esbranquiçados tomem conta dos meus braços:
Entenderei que devo preservar meu templo,
ainda que eu perceba que o tempo o está matando dia após dia.
Olhemos juntos o horizonte: notemos as cores do crepúsculo.
Se o mundo todo fosse cinzento, qual seria a arte do universo?
Pare de cobrar resultados exacerbados, quem foi que disse que tudo tem que ter indicadores?
Não me olheis com este olhar de criança que comente a arte mais traquina que pode!
Também assim o sou.
Somos crianças, crescidas - porém sempre crianças.
Crianças velhas, cujos hábitos mudam, mas cuja transformação interior apenas recomeça a cada instante.
Respire. Assim perceberá que o invisível aos olhos está dentro de ti.
Compreenderá que também existe muito mais de não visível e que, também este não é inverdadeiro.

Poesia em Prece de Vida

Vós, que podeis ouvir minha prece.
Não atendei aos pedidos insubordinados.
Não escutais o ritmo acelerado de meu coração insensível.
Não faciliteis a caminhada, mas coloqueis pedras e espinhos, para que minha atenção seja recobrada a todo instante.
Não tireis a dificuldade, a dor ou a conquista.
Permita-me entender que nem tudo é possível, mas acima de tudo:
Concedei-me a honra de conhecer o verdadeiro amor.
Fazei com que eu experencie o amor, além da carne.
Além de uma palavra sem significação.
Mas tão sublime quanto o amanhecer a cada novo dia.
Vós, que também ledes meus pensamentos, calai minhas dúvidas interiores.
O tempo é o melhor livro a ser lido.
A vida a melhor escola a ser frequentada.
Mais que os instrumentos, fazei de mim o próprio instrumento.
A este escalejado poeta, dramatizante e de certas ironias, coloqueis tudo o que lhe for necessário para a matureza.
E quando for maduro o suficiente, sopreis o vento que me derrube da copa desta árvore.

Responsabilidade

Eis que quando a responsabilidade toca às costas,
O trabalho inicia.
E o caminho a trilhar poderá ser doloroso, saboroso ou insípido.
Não importa, o que conta é que a semente está plantada.
E o orvalho de cada manhã já basta para que fecunde uma nova vida.
Olheis nos olhos da razão e entendeis:
Nada é de graça.
Tudo é conquistado pela sinceridade.
Os brindes pela mentira, maldade e manipulação são temporários.
Escuteis as palavras deste poeta,
Entenda - nada podes construir sobre a areia.
Alicerçai a vida onde outrora também construides os sonhos: nos sentimentos.
As raízes, quanto mais profundas, mais sensatas e duradouras serão.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Devaneios de Outubro - II

Não tenteis entender a alma humana, pois não carece de tal processo.
Tenteis assuntar o diálogo da existência própria:
Nela reside suas maiores verdades.
Quisera também eu, nobre leitor, deixar os aforismos que me pertencem.
A posse das coisas é tal qual droga: vicia e causa danos irreversíveis.
Não tenteis se apossar também das sensações,
tudo o que menos importa são as palavras.
Fecheis os olhos e tenteis entender que todo processo não são fragmentos, mas monumentais realizações.
A pior maneira de se atravessar as fendas da natureza é ignorando-as!

Colapso de devaneios...

Outubro iniciou imerso em gotas de chuva.
Ventou tal qual sempre lhe foi característico, entretanto o sol esteve lá.
Naquelas palavras sadias, saídas pela tangente.
No respeito embutido de carinho.
Encoberto pelas desnudadas verdades, aveludadas com o prateado sonho.
Poderia dizer que estou apaixonado, mas de tudo é o que menos estou.
Ando pautado nos "se"s condicionais da razão.
Se, apesar dos pesares, não fosse como ou o que sou, talvez.
Mas acho que tudo isso nada mais é do que meus corriqueiros devaneios!