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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Silenciosa Paixão

A espera pela tua presença me consome, tal qual uma eternidade.
Quando, por fim, tenho a honra de sua presença, o fino toque me enebria.
O sorriso me clareia tod'alma.
Como quero te manter em meu abraço, perder-me no calor de seu corpo.
Não quero ser apenas um, quero significar-te algo.
Quero poder enxugar sua lágrima um dia, tanto quanto posso sorrir contigo.
Roçar-lhe os lábios, carinhosamente, e encolher de frio quando me roubares o cobertor durante a noite.
Sua voz me desperta, seu cheiro me tortura.
Nesta noite, tudo o que mais desejo é sonhar contigo...

sábado, 10 de dezembro de 2011

Relutante Adormecer

Sinto o frio olhar da noite.
Percebo que as horas estão geladas, tímidas, inseguras...
O toque que percebo não é o seu.
O sopro que me aconchega não tem o teu cheiro.
Uma vez mais enfrentarei a eternidade de sua ausência.
E tomado nos braços da escuridão, adormecerei entristecido.


Também disponível no Coletivo Revolucionário.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Disfarces

Quando enfim toquei sua alva pele, senti a maciez de seu gosto.
Meus dedos provaram o abismo entre o desejo e o medo.
Como quisera, neste momento único, tomar seus lábios em um envolvente movimento junto aos meus.
Mas as horas, inseguras, passaram.
O momento terminou, sequer nos despedimos.
E hoje, quanto te vi, parecia que nada tinha acontecido...

Coração confuso

Perdido.
Pedido.
Pedi.
Insensível, sequer deste atenção.
Martírio.
Mas ainda assim, sobrevivi.
Desilusão não consome a carne, apenas o coração...

Cansei de suas justificativas

Não me venha com porques desditos.
Prefiro não ouvir suas justificativas, tampouco ler suas linhas rabiscadas.
Para quem já conhece suas inseguranças, desculpas não bastam.
Prefiro que enfrente seus temores, que prove pela vida dos dissabores.
Assim terás crédito e merecerá o carinho que te reservo.
Confuso ou não, ainda espero sua ligação todas as noite...

Talvez...

Talvez não exista, escondido lá fora, um mundo tão tenebroso quanto pressupomos.
Talvez.
Mas por via das dúvidas, é melhor observar atentamente pela janela, antes de tomarmos coragem de encarar um novo dia.
Uma nova maneira de ver os fatos.
Sentir a obviedade da existência.
Tudo, ao final das contas, não passou de uma perspectiva.
Silenciosa, trêmula, egoísta.
Posso passar a noite toda nesta janela, a vida toda nesta idéia.
Ou, só talvez, possa encarar os fatos e as críticas...

Vida desbotada

Já não posso negar, frente ao zumbido frenético e silencioso da existência...
O monocromático se apossou das lembranças, o calor do pensamento repousa no antes.
Descoloriu de minha face o sorriso aberto, incerto que se tornou o pensar.
De todas as cores, na paleta de alegrias, ficaste com as mais vivas.
Meus tons são os mais ocres, desbotados e inconsequentes.
Posso continuar, tal qual o tenho feito, inseguro em meu descolor?
Mas as cores me seduzem, me espremem o sumo dos olhos.
Não há mais um só desejo, que não a tua presença.
O que deveras preenche são os traços, trágicos e alheios...

Também disponível no Coletivo Revolucionário.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Era uma vez a praia

O mar, aberto ao olhar, lambeu meus lábios.
Sua saliva salgada lavou meus pensamentos.
Seu toque gélido, encoberto por finas gotas chuvosas, arrepiou-me os sonhos.
O mar, fechado em seu recanto de beleza, me trouxe cor.
A voz, rouca pelo vento, mal pode expressar.
As ondas quebraram, devoraram, sumiram...
E a serra deixou para trás aquela monotonia: a vida sempre continua.



Também publicado no Coletivo Revolucionário.