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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

overdose de sonhos

Por tanto olhar para o horizonte e esperar que tudo mude.
Por tanto batalhar, lutas com propósitos e perder bons amigos e guerreiros.
Por tantos dias bem vividos, em prol de sonhos de um amanhã feliz.
Por tudo isso, e também pelo tempo que consome os dias tal qual faísca em pólvora; certo momento a dosagem de esperança foi excessiva.
Já não vejo os dias coloridos, pintados pela tinta guache de minha utopia.
Tampouco percebo o cheiro perfumado do mundo, odorizado pelo perfume das rosas que plantei.
O horizonte não tem mais a beleza, encantadora das ações nas quais me envolvi, que muito me alegrava pelas manhãs.
Sim, a dosagem de esperança, objeto de vício demasiado, do qual necessitei cada dia mais e mais, foi cruelmente excessiva.
Tanto que, de tanta esperança, combatida com a impunidade e crueldade alheia, me deparei não ébrio de suas consequências.
Como quisera que assim o fosse.
De tanto esperançar, a certo tempo percebi como deveras era a terrível, torpe e insana: realidade.